9 de maio de 2024
(Foto: Mercedes Mehling/Unsplash)

Em 2023, o Brasil bateu o recorde em número de paradas do orgulho LGBTQIA+ realizadas. Foram registradas 328 marchas realizadas de janeiro a dezembro. Somente na Bahia, foram contabilizadas 82, sendo 50 delas em bairros da capital baiana. Esses dados colocaram a Bahia no topo do ranking nacional de paradas, seguido pelo Estado de São Paulo com a realização de 69 eventos.

Além de promover a cultura pela diversidade sexual, as marchas também são fundamentais para o fortalecimento das lutas por conquista dos direitos, cooperando para a conscientização da igualdade entre todas as pessoas, independente do gênero, raça ou sexualidade, combatendo todas as formas de discriminações e preconceitos, especialmente a LGBTfobia.

Em 2024, as paradas do orgulho LGBTQIA+ dos bairros de Salvador completam 19 anos. A primeira manifestação teve início em 20 de junho de 2006, no bairro de Paripe, por inciativa da drag queen Nicole Cuscuz, vivida pelo ator transformista Sandro Costa. A partir de então, diversas comunidades soteropolitanas deram início as suas caminhadas, machas e paradas, o que totaliza hoje mais de 50 manifestações somente em Salvador.

O crescente aumento na quantidade de paradas demonstra a sua importância e reforça a posição da capital baiana como a cidade que mais realiza atos pela diversidade sexual no mundo, conforme um mapeamento mundial realizado pela InterPride (Rede Internacional de Paradas).

Desde 2014, as paradas dos bairros passaram a ser vistas como política pública pela Prefeitura Municipal de Salvador, levando algumas dessas manifestações a se organizarem em uma associação que hoje conta com a parceria da Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal da Reparação – SEMUR. Além disso, as paradas dos bairros de Salvador passaram a ser reconhecidas nacional e internacionalmente, participando de fóruns, redes, coalizões entre outros espaços LGBTQIA+, com assento no Conselho Municipal de Promoção e Defesa dos Direitos LGBT em Salvador, além de fazer parte do Fórum Nacional de Paradas e da Rede Mundial de paradas InterPride.

Apesar de apoiadas pela Prefeitura Municipal de Salvador, por meio da SEMUR, nem todas as paradas realizadas em bairros da capital baiana fazem parte da Associação das Paradas do Orgulho LGBT+ de Salvador (ASPOLGBT), mas isso não tira a legitimidade delas e sua promoção deve ser fortalecida sempre.

Conforme levantamento feito pelo ativista Yorrann D’Lafé, presidente da Associação das Paradas do Orgulho LGBT+ de Salvador (ASPOLGBT), em parceria com jornalista e sócio-proprietário dos Guias Gays, Welton Trindade, responsável pelo calendário nacional de paradas, a Bahia foi o estado que mais realizou paradas no Brasil, pelo segundo ano consecutivo, especialmente por conta das 50 caminhadas e marchas realizadas na capital baiana. O número reforça a posição de Salvador como a cidade que mais realiza paradas no mundo, conforme mapeamento da organização internacional InterPride.

Por conta da sua diversidade e seus elementos artísticos, festivos e simbólicos, as Paradas LGBTQIA+ são consideradas por alguns como um carnaval fora de época, o que é uma visão equivocada. Os organizadores desses eventos não se deixam intimidados e abater por compreensões destorcidas do seu trabalho e compreendem a importância de suas iniciativas como manifestações populares, democráticas e essencialmente políticas, sendo uma das principais ações do movimento social LGBTQIA+, produzindo efeitos positivos e ampliando a visibilidade da temática.

Outro aspecto que deve ser evidenciado é a continuidade dessas manifestações. Garantir a existência dessas atividades grandiosas, de caráter popular e gratuito, exige de militantes grande dedicação e habilidade política para estabelecer parcerias. No entanto, não se deve perder a autonomia nem a independência, seja para o poder público ou para o mercado. O movimento social LGBTQIA+ deve ter a nítida centralidade da luta por direitos, efetivação da cidadania e combate a LGBTfobia, pois a Parada é potente e um patrimônio nosso.

Fonte: Yorrann D’Lafé, presidente da Associação das Paradas do Orgulho LGBT+ de Salvador (ASPOLGBT)

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