26 de abril de 2024

religiãoEm recente pesquisa realizada pelo IBOPE Inteligência/CNT (Confederação Nacional dos Transportes) para a revista Época, temas caros à Igreja Católica e a religiosos de um modo geral foram analisados à luz da opinião pública. A pesquisa demonstra que a população se mantem bastante conservadora em alguns aspectos, como o aborto, mas já sinaliza para o amadurecimento de questões vitais para a conquista direitos humanos por parte da população LGBT.

Se, por um lado, o levantamento indicou postura altamente refratária dos entrevistados quando questionada a aceitação de padres gays nos quadros da Igreja, por outro, a homossexualidade parece que, enfim, começa a perder o seu status de tabu, como se ainda houvesse alguma mínima razão para mantê-lo. Uma discreta maioria considera que ser  homossexual não fere os preceitos de uma religião. Já um número mais expressivo julga que “um líder religioso deve ser acusado pelo crime de homofobia se pregar contra homossexuais”. Também a maior parte defende que “o tema homossexualidade deve ser incluído no currículo das aulas de educação sexual”. 

Porém, ainda é cedo para celebrar. Confira abaixo a integra da matéria publicada no site do Ibope, no último dia 6.

Para brasileiros, Igreja Católica deve aceitar que padres se casem

Pesquisa aponta que 80% da população é a favor de um novo casamento religioso para divorciados

Quase sete em cada dez brasileiros (65%) são a favor de que a Igreja Católica passe a aceitar que padres possam se casar e constituir família. É o que mostra uma pesquisa do IBOPE Inteligência/CNT (Confederação Nacional dos Transportes) para a revista Época. 

Ainda segundo o estudo, a população se divide com o fato de que mulheres exerçam o papel de padres: 48% são contra e 46%, a favor. Por outro lado, a maioria (74%) é contra a ideia de que a Igreja Católica aceite padres homossexuais/gays e 64% são contra a possibilidade de pessoas que não fizeram seminário celebrar missas.

O estudo também mostra que para 60% dos brasileiros, atualmente, o maior problema da Igreja Católica são os casos de pedofilia, seguidos da corrupção (16%) e do distanciamento da realidade dos fieis (8%).

Quando questionados se um pessoa fere os preceitos de sua religião, independente de qual seja, se fizer aborto, 69% dos entrevistados respondem que sim e 27%, que não. Já para o uso de pílula anticoncepcional ou camisinha, o resultado inverte: a maioria (73%) não considera que os preceitos de uma religião são feridos ao utilizar esses métodos contraceptivos, assim como 61% dizem que sexo antes do casamento não fere os princípios de uma religião. Mas, a população fica dividida quando o tema é homossexualidade: para 45%, ser  homossexual é ferir os preceitos de uma religião, enquanto 49% discordam.

A pesquisa também perguntou se um líder religioso deve ser acusado pelo crime de homofobia se pregar contra homossexuais: grande parte (60%) declara que sim e 55% também acham que o tema homossexualidade deve ser incluído no currículo das aulas de educação sexual.

Casamento – Oito em cada dez brasileiros (80%) são a favor de que divorciados se casem religiosamente de novo, 76% são favoráveis à ideia de que instituições religiosas celebrem matrimônios entre casais que já tiveram relação sexual e 62% apoiam a celebração religiosa de casamentos entre casais que não praticam a religião na qual vão se casar. Por outro lado, 61% são contra a possibilidade das instituições religiosas realizarem a união entre pessoas do mesmo sexo.

Francisco – Depois da escolha do novo papa, a confiança de 37% dos brasileiros na Igreja Católica aumentou, enquanto apenas 4% dizem que diminuiu. No entanto, para a maioria da população (59%), a confiança permaneceu a mesma.

Dos 2.002 entrevistados entre os dias 5 e 9 de dezembro de 2013, em 141 municípios, 61% são católicos, 24% evangélicos e 4% de outras religiões. Mais da metade  (59%) declara ser praticante. Os que não tem religião somam 10%.  A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *