9 de outubro de 2024
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Após superar seus ídolos e se tornar uma estrela internacional, Pabllo Vittar usa o espaço que conquistou para defender o público LGBTQ do preconceito

André Sollitto
Publicado pelo portal IstoÉ, em 30 de novembro de 2018

Ser a drag queen mais seguida do mundo é uma responsabilidade que Pabllo Vittar leva muito a sério. Em 2018, a cantora de 24 anos, natural de São Luís, no Maranhão, consolidou uma carreira de rápida ascensão. Com sete milhões de fãs no Instagram, onde aparece tanto com quanto sem maquiagem, superou sua maior inspiração, RuPaul. Tem mais de um bilhão de visualizações em seus vídeos combinados, e lançou seu segundo disco, “Não Para Não”, que chegou ao topo das paradas brasileiras duas horas após o lançamento. Todas as 10 canções do álbum ficaram no Top 40 do Spotify brasileiro. Desfilou no Carnaval carioca pela Beija-Flor e tornou-se ainda a primeira drag queen a ser indicada para o Grammy Latino por “Sua Cara”, parceria com Anitta e Major Lazer.

Sua transformação em estrela pop e ícone midiático aconteceu ao mesmo tempo em que o preconceito direcionado a membros da comunidade LGBTQ, em sua avaliação, ficou mais forte. Pabllo se tornou a voz do que chama de “resistência”. “Ser uma artista LGBTQ no Brasil é incrível. Mas tenho que matar um leão por dia”, disse ela à “Vogue” americana. “Passei por muitas situações complicadas, mas sou grata porque elas me tornaram uma pessoa mais forte e confiante”. Em apenas três anos, desde que começou a cantar profissionalmente, fica claro seu amadurecimento profissional e pessoal.

Além da militância, Pabllo usa o espaço que conquistou como estrela da música para levar elementos da cultura brasileira para o mundo. Alguns de seus maiores sucessos mesclam a estética pop americana com batidas do tecnobrega, levando um estilo regional nascido no Pará para uma audiência internacional que a conhece principalmente pelas parcerias com artistas como Major Lazer e Charlie XCX. Em entrevista a sites internacionais ela costuma repetir que se orgulha de apresentar a cultura musical em que cresceu. “Não é suficiente amar outras culturas e ignorar a sua”, disse ao site “Remezcla”. Sente que é seu dever oferecer um modelo que ela mesma nunca teve quando cresceu, e fica feliz com as mensagens positivas que recebe. “Meu trabalho é divertido”, disse à “Vogue”, “mas saber que minha música pode mudar vidas é a melhor parte”.

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