Vice-presidente da Associação Brasileira Interdisciplinar de Aids fala sobre a importância da conscientização dos adolescentes
Por Afonso Ribeiro
Publicado pelo portal Destak, em 26 de novembro de 2018
Nos últimos dez anos, foram notificados pelo Ministério da Saúde mais de 136.945 casos de infecção pelo HIV no Brasil. Mais da metade ocorreram em pessoas na faixa etária de 20 a 34 anos. Nos últimos cinco anos, o Brasil registrou média anual de 41,1 mil casos de Aids.
Para Veriano Terto Jr., vice-presidente da ABIA (Associação Brasileira Interdisciplinar de Aids), o aumento do número de jovens portadores de HIV ocorre porque eles não recebem informações adequadas das instituições de ensino e muito menos da família.
“Os adolescentes não escutam falar sobre camisinha nas escolas. Uma família conservadora também não fala. O jovem acaba recebendo conteúdo na internet de forma fragmentada. Um dos melhores medicamentos contra o HIV é a informação e, infelizmente, a informação tem sido pouca” afirma o psicólogo.
Terto ainda critica a falta de políticas públicas, em nível estadual e municipal destinadas a essa parte da população. “São, no máximo, campanhas, não tem um programa efetivo, capilarizado, que chegue efetivamente nos jovens”, completa Veriano, que diz temer um recrudescimento da prevenção com um potencial avanço do projeto “escola sem partido” no Congresso.
Sobre o jovem que se descobre portador do HIV, o psicólogo afirma que não é preciso achar que é o fim do mundo. “É possível viver com o vírus. A primeira coisa é procurar um médico de sua confiança e buscar ONGs, que podem auxiliar nessa busca. É importante estar bem informado e junto com as pessoas. É mais fácil enfrentar com solidariedade do que com isolamento e medo”.