Por Fernanda Allegretti
Publicado pelo portal Veja, em 12 de fevereiro de 2016
Em entrevista a Oprah Winfrey em 2008, Brad Pitt disse que Shiloh, a primeira de seus três filhos biológicos com Angelina Jolie, só queria ser chamada de John. “John ou Peter. Eu digo: ‘Shi, você quer suco?’ E ela: ‘John. Eu sou John’.” Shiloh tinha então 2 anos. Em 2010, falando à Vanity Fair, Angelina contou que a filha, àquela altura com 4 anos, gostava de se vestir como menino e queria ser um menino.
Em 2014, Shiloh, hoje prestes a completar 10 anos, apresentou-se de terno e gravata à cerimônia de estreia de um filme dirigido pela mãe. Brad Pitt e Angelina Jolie estão certos em apoiar o comportamento da filha? Deveriam desestimulá-lo? O que eles fazem ou deixam de fazer afetará o futuro de Shiloh? Há pouquíssima informação científica para orientar pais em situação como a do casal de atores.
Mas um raro estudo com crianças transgênero, publicado no ano passado no jornal Psychological Science, pode ajudar a jogar luz sobre a questão. O trabalho foi liderado pela psicóloga Kristina Olson, da Universidade de Washington. Nele, 32 crianças transgênero, com idade entre 5 e 12 anos, foram submetidas a exames como Teste de Associação Implícita para medir a velocidade com que associavam aspectos de gênero masculino e feminino à própria identidade.
Os autores concluíram que as crianças trans mostraram uma identificação tão automática com o gênero que escolheram quanto as crianças cisgênero (que, ao contrário das trans, identificam-se com seu sexo de nascimento). A conclusão de Kristina: “Embora sejam necessários mais estudos, nossos resultados mostram que as crianças trans não são confusas, rebeldes nem estão simplesmente fingindo ser o que não são. Crianças trans existem, e a identidade que cultivam está bastante arraigada nelas”.
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Na minha opinião, crianças t?ansgenero sempre existiram mad foram muito castigadas pois seus pais ou responsáveis não entendiam e achavam até que era influência de “más companhias” e acabavam, até as afastando de amigos(as) que não se importavam com as escolhas pois eram realmente Amigos(as). No que resultava adultos reprimidos, inseguros, infelizes e, o pior, muitas vezes se autocastigando.
Ainda bem que as coisas estão mudando e que hoje já se pode falar a redpeito. Espero estar viva ainda para ver tabus serem quebrados e acabar com a intolerância com aquilo que acham diferente do que consideram correto, lembrando qie tudo é normal. Que ad pessoas possam falar abertamente sobre sexo e ouçam mais ad crianças.
Concordo com o comentário acima, sempre existiu. Essas crianças muitas vezes são reprimidas pela própria família.