29 de março de 2024
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(Foto: Be not afraid, Scott Richard, 2012)

Adriana Sampaio

https://www.flickr.com/photos/gazeronly/26241477411
(Foto: Be not afraid, Scott Richard, 2012)

Dia da visibilidade trans.

Não é um dia para se comemorar. Se precisamos tão desesperadamente de um dia para tentar dar visibilidade a um assunto que existe desde que o ser humano se socializou, é porque somos realmente uma espécie de baixa capacidade de empatia e compreensão.

Pessoas transgêneros são pessoas. Ponto. Isso deveria bastar. Não adianta você aí, mãe, pai, querer evitar tocar no assunto, omitir, negar. Você não impede que seu filho seja trans, gay, lésbica, bi, travesti, apenas porque você, com seu preconceito velado, avita falar sobre. A natureza de uma pessoa pode até ser suprimida mas ao custo de uma vida inteira de dor e solidão.

O que é ser um bom pai, uma boa mãe? decerto não é obrigando o filho a ser aquilo que ele não é. Vamos aproveitar a data, a vida, o afeto, e vamos falar sobre o assunto.

Deixe de ser mesquinho e não utilize o vocabulário daqueles que odeiam. Não há IDEOLOGIA de gênero. É estudos de igualdade de gênero. Ninguém é cooptado, abduzido, infectado por um vírus trans ou gay.

Empregue, use o nome social, pergunte como a pessoa prefere ser tratada, olhe-a nos olhos, não faça piada, não faça perguntas que você não faria numa conversa com uma pessoa cisgênero: “Você é um homem transgênero? Já fez cirurgia genital?”, “Ok, seu nome é Maria, mas seu nome mesmo, DE VERDADE, qual é?”. Respeite.

Em outras sociedades, transgêneros já foram consideradas pessoas superiores porque ultrapassaram o binarismo machoXfêmea. Nós os matamos. Matamos com violência física, matamos com violência simbólica, com silêncio, com falta de informação.

Tenho um filho transgênero, adotei outro. São pessoas de quem me orgulho enormemente. Com eles conheci outros, outras famílias, outras pessoas que apenas se importam em pôr o afeto para falar mais alto, que lutam por condições equânimes para pessoas que são apenas… igual a mim.

Você é igual a mim. Você, preconceituoso, que tem nojo, que chama de aberração, que nega trabalho, ao juiz que nega o parecer favorável à troca de nome/sexo nos documentos, você que lê a bíblia de modo seletivo, você que acha que é moda, que não permite o uso do banheiro através da identidade de gênero que se afirma ter, você que começa a frase com “não sou transfóbico/bifóbico/racista/machista/homofóbico mas…”, você é igual a todo mundo. É igual a mim, igual ao Victor, igual ao Miguel, ao Theo, ao Di, à Amanda, à Lilin… e se você tiver metade da coragem, compaixão, força, afeto que eles têm…bom, então você deveria se orgulhar muito disso.

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