O grupo Famílias pela Diversidade, coletivo formado por ativistas LGBT de nove estados no Brasil, emitiu hoje nota de repúdio contra a indicação de suspensão temporária do mandato do deputado federal Jean Wyllys, por parte do relator de denúncia contra o parlamentar no Conselho de Ética da Câmara. Confira abaixo o teor da nota.
“O relator da denúncia contra o deputado Jean Wyllys no Conselho de Ética da Câmara indicou suspensão de mandato por 120 dias. Baseando-se num vídeo comprovadamente fraudado segundo laudo pericial da Polícia Civil, essa atitude corrobora o quanto a “punição” se dá, tão somente, pelo deputado ser o único gay assumido no Congresso brasileiro. O relator, deputado Ricardo Izar (Partido Progressista), junta-se ao atual “circo dos horrores” no qual nosso cenário político parece se resumir atualmente.
Num Congresso onde cerca de metade dos seus integrantes é citada em esquemas de corrupção, elaborar um parecer indicando a suspensão do mandato de Jean Wyllys, dada sua reação após anos consecutivos de insultos, ameaças, difamações, quase que exclusivamente homofóbicas, proferidas por uma pessoa que defende e exalta publicamente um torturador, que faz apologia ao estupro e publica vídeos em redes sociais com informações falsas sobre o ensino de igualdade de gênero nas escolas, que internacionalmente é reconhecido como misógino, homofóbico e facista, faz com que, se aprovado o parecer, seja reforçada toda história de opressão e violência dirigida à população LGBT.
O Código de Decoro Parlamentar também manterá punições seletivas e injustas? Será utilizado, de modo transversal, para punir a vítima novamente, numa litania ridícula?
Nós, do coletivo “Famílias pela Diversidade”, apoiamos o Deputado Jean Wyllys e nos solidarizamos com todos aqueles que defendem minorias em situações de risco, todos aqueles que se expõem e reagem à violência e às tentativas de silenciamento que a população LGBT se vê exposta cotidianamente.
Lutamos incansavelmente por uma sociedade equânime e combatemos toda manifestação que resulte em exclusão, todo discurso fundamentalista, toda postura LGBTfóbica, toda ação que cause dor, sofrimento, suspenção de direitos e incite a violência, que discrimina outros iguais pela orientação sexual, pelo gênero, pela cor ou classe social.
FAMÍLIAS PELA DIVERSIDADE apoiando Jean Wyllys!”
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Todo mundo aceita as atitudes homofóbicas do bolsonaro. Depois de anos de desrespeito, o Jean Wyllys reage, e aí as pessoas vem cobrar dele “compostura” (uma compostura que nunca cobraram do bolsonaro, como se ofender gays fosse aceitável e normal). Aí o algoz (o bolsonaro) vira vítima e a vítima real (o Jean) passa a carrasco, por causa de uma única reação que teve à tantas ofensas sofridas. Cobram autocontrole do Jean Wyllys como se ele fosse obrigado a ter sangue de barata.