10 de dezembro de 2024

O lenacapavir ataca o capsídeo, uma estrutura que abriga o RNA do HIV e outras proteínas que o vírus utiliza para entrar e se replicar nas células humanas

Por Alisson Santos, editado por Bruno Capozzi 
Publicado pelo portal Olhar Digital, em 01/09/2023

Imagem: Bowonpat Sakaew/Shutterstock

A FDA (Food and Drug Administration), agência reguladora de saúde dos Estados Unidos, aprovou o uso do lenacapavir para tratamento de HIV. A injeção agora faz parte de uma nova classe de terapia antirretroviral (TARV) inovadora.

Ainda não há cura para o vírus da imunodeficiência humana, mas as novas propostas de tratamento podem prolongar a qualidade de vida das pessoas que vivem com o HIV. “E assim, no campo, queremos garantir que os tratamentos que temos – que por enquanto são para toda a vida – se tornem mais fáceis, mais simples de usar e mais seguros, e permaneçam altamente eficazes para os nossos pacientes”, afirma Onyema Ogbuagu, diretor do Programa de Pesquisa de Antivirais e Vacinas.

Lenacapavir em ação

Durante uma busca coletiva por novos tratamentos contra o HIV, pesquisadores desenvolveram uma nova classe de tratamento. Entre as descobertas, foram criados novos medicamentos de ação prolongada que são focados na cápside do HIV-1 – que é uma estrutura que hospeda o seu genoma.

“O lenacapavir é um desses agentes e é atualmente o agente de ação mais prolongada aprovado [pela Food and Drug Administration (FDA)] para o tratamento do HIV”, disse Ogbuagu. A nova aposta é focada em combater a resistência do HIV aos medicamentos – que é um dos maiores problemas no desenvolvimento de tratamentos.

Segundo o Medical Xpress, o lenacapavir ataca o capsídeo, uma estrutura que abriga o RNA (ácido ribonucléico) do HIV e outras proteínas que o vírus utiliza para entrar e se replicar nas células humanas. Primeiro, o medicamento interrompe a replicação viral, impedindo que o HIV atinja o núcleo de uma célula infectada. Em seguida, caso a integração do genoma do HIV já tenha ocorrido, o lenacapavir interfere na produção da descendência viral, “tornando-a defeituosa para que não seja capaz de infectar outras células”.

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