Salvador (BA) – Aconteceu na manhã dessa quarta-feira (14), na 15ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça da Bahia, no bairro de Sussuarana, uma audiência de instrução do caso Itamar Ferreira Souza, 27 anos, estudante de produção cultural, encontrado morto na noite de 13 de abril deste ano, dentro de uma fonte luminosa na Praça do Campo Grande, centro de Salvador.
Na noite do crime, o estudante estava em companhia do eletricista Edmilson dos Santos, 42 anos, que, apesar dos graves ferimentos, teria se fingido de morto e foi conduzido por uma viatura da Polícia Militar até o Hospital Geral.
De acordo com informações da delegada Simone Moutinho, titular da 3ª Delegacia de Homicídios (BTS), Scarlet Lira Maia Gomes, 18 anos, Ricardo Souza, 25 anos, o então menor de idade Felipe de Souza Pinheiro, suposto namorado de Scarlet, e Anderson dos Santos Pereira, vulgo Índio, foram autores do ataque contra os dois.
No dia seguinte ao crime, a polícia prendeu Ricardo Souza e o menor Felipe de Souza Pinheiro. Scarlet Lira foi a terceira pessoa detida e identificada como coautores do homicídio que, na opinião do Grupo Gay da Bahia (GGB), teve forte motivação homofóbica e covarde por ser quatro contra dois. Anderson dos Santos Pereira, o Índio, que teve participação na morte, ainda não foi encontrado pela Polícia.
Ricardo Souza, que aguarda o julgamento na prisão, compareceu custodiado por dois policiais militares. Já Scarlet, que aguarda em liberdade, foi acompanhada da mãe, avó paterna, outros familiares e amigos que aguardavam impacientes o resultado do juiz. Comprovada a sua participação, ela poderia ir direto para a Casa de Detenção. Por falta de provas, a audiência foi interrompida e transferida para o dia 1º de abril de 2014. Para chegar a conclusão final, o juiz considerou importante ouvir as versões do “Índio” e Felipe de Souza, agora com 18 anos, que por ser menor de idade na época do crime não pode ser responsabilizado, mas pode ser chamado em juízo para dar a sua versão.
Edmilson Santos, sobrevivente, prestou depoimento dando sua versão dos fatos, deixando a sala com a fisionomia visivelmente abalada por ficar de frente com o agressor. Edmilson desmentiu a versão de que eles estavam juntos bebendo em um bar no centro de Salvador. “Estávamos andando e entramos na Praça para urinar em uma das árvores”, disse o eletricista descartando qualquer tipo de envolvimento anterior com os agressores.
O GGB teve acesso à informação da audiência na noite de quarta-feira (13), por meio dos familiares da vítima. Marcelo Cerqueira, presidente da entidade acompanhou as quatro irmãs de Itamar por toda a manhã. Após audiência, Cerqueira e os familiares se prostraram frente ao Tribunal de Justiça à espera de Scarlet, porém ela não deixou o recinto com os familiares, aguardando que os familiares da vítima fossem embora. “Não vamos fazer nada com ela, só queremos que ela veja a gente aqui e saiba que vamos lutar até o fim para que a justiça seja feita”, disse uma das irmãs.
Fonte: Grupo Gay da Bahia (www.grupogaydabahia.com.br)
O que acontece com os magistrados deste “paisinho”. Isto nos faz perder um pouco a fé e entender por que as pessoas acabam decidindo por “fazer justiça com as próprias mãos”.
E que menor é este que jhá pode votar a partir dos 16 anos, pode engravidar, pode assaltar, pode matar, pode ingressar numa faculdade e não pode responder pelos próprios atos como se fosse uma criancinha?
Façam-me o favor!…