10 de dezembro de 2024
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Jovem foi agredido enquanto voltava para casa, em Juiz de Fora (Foto: Rafael Antunes/G1)

Se condenada, dupla pode pegar até 30 anos de prisão em Juiz de Fora. Adolescente que participou de agressão terá acautelamento pedido.

Publicado pelo portal G1, em 16 de outubro de 2015

Jovem foi agredido enquanto voltava para casa, em Juiz de Fora (Foto: Rafael Antunes/G1)
Jovem foi agredido enquanto voltava para casa, em Juiz de Fora
(Foto: Rafael Antunes/G1)

O delegado Rodolfo Rolli concluiu na tarde desta sexta-feira (16) o inquérito sobre a agressão a um adolescente gay em Juiz de Fora, no último dia 5. Um homem e a companheira dele, uma jovem de 18 anos, foram indiciados por tentativa de homicídio duplamente qualificada. O inquértio deve ser encaminhado à Justiça na próxima segunda-feira, quando o autor indiciado também será ouvido.

Segundo o delegado, o crime foi praticado por motivo fútil e os autores usaram meios que dificultaram a defesa da vítima para agredi-la. Se condenados, os dois podem cumprir pena que varia de 12 a 30 anos de prisão.

O delegado informou que irá encaminhar à Vara da Infância e Juventude o pedido de acautelamento provisório da adolescente de 16 anos que também participou da agressão. A mãe dela não será indiciada, ainda segundo Rolli.

Relembre o caso

O pai do adolescente registrou a ocorrência de agressão por homofobia no dia 6 de outubro. O rapaz voltava para casa no Bairro Nova Benfica, por volta das 21h, quando o grupo começou a xingá-lo quando passava próximo a um bar. Ao responder, ele foi agredido com pedaços de paus.

Rodolfo Rolli pode pedir a prisão dos suspeitos da agressão
(Foto: Rafael Antunes/G1)

No dia, a vítima disse ao G1 que não havia sido a primeira vez que tinha sido alvo do mesmo grupo. O pai do garoto defendeu o filho e classificou como covarde as agressões.

Após a briga, o adolescente foi socorrido por um primo e levado para a Unidade de Pronto Atendimento da região Norte (UPA Norte), onde foram detectadas diversas lesões no rosto, cortes na cabeça e edemas nas costas provenientes de golpes de madeira.

Um dia após o registro, uma adolescente de 16 anos, uma jovem de 18 e uma mulher que não teve a idade revelada, prestaram depoimentos e alegaram que apenas a jovem brigava com o adolescente. As outras duas, que são mãe e filha, teriam tentado separar a briga.

Na última quinta-feira (15), foram ouvidos o dono do bar e a filha dele que disseram que viram a briga, mas que não têm conhecimento dos motivos e deram o nome de outras duas pessoas que estavam no local quando o crime aconteceu. Além disso, afirmaram que o rapaz que segurou a vítima enquanto ela apanhava é namorado da agressora. “As testemunhas disseram que eles tinham um relacionamento e um filho com uma das autoras que confessou ter agredido o adolescente, o que ela não tinha dito anteriormente”, acrescentou Rodolfo Rolli.

Na manhã desta sexta-feira (16), duas novas testemunhas foram ouvidas e novas informações deram base ao delegado para alterar a tipificação do crime. “Essas novas testemunhas relataram que, se não fosse a intervenção de populares, nós teríamos um homicídio. Por este motivo, trato o fato agora como tentativa de homicídio duplamente qualificada, por motivo fútil por conta do opção sexual do adolescente e por uso de meio cruel que dificultou a reação e a defesa da vítima. A tendência é que solicite o pedido de prisão preventiva dos suspeitos, para que eles sejam julgados presos”, disse Rodolfo Rolli.

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