10 de dezembro de 2024
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Relatório diz que Brasil tem igualdade de gênero em educação, mas se tornou mais desigual no âmbito da participação política, onde caiu seis posições

Publicado pelo portal BBC, em 28 de outubro de 2014

Relatório diz que Brasil tem igualdade de gênero em educação, mas se tornou mais desigual no âmbito da participação política, onde caiu seis posições
Relatório diz que Brasil tem igualdade de gênero em educação,
mas se tornou mais desigual no âmbito da participação política,
onde caiu seis posições

O Brasil caiu nove posições em um ranking de igualdade de gênero divulgado pelo “Fórum Econômico Mundial”, grupo conhecido pelas reuniões que realiza em Davos. O país aparece agora na 71ª colocação na lista. Em 2013, ocupava a 62ª posição. A organização avaliou as diferenças entre homens e mulheres na saúde, educação, economia e indicadores políticos em 142 países. A Islândia ocupa o topo do ranking, seguida por outros países nórdicos.

Apesar de ter mantido a igualdade entre homens e mulheres nas áreas de saúde e educação, o Brasil perdeu posições nos índices que medem participação feminina na economia e na política. A maior queda ocorreu na avaliação que considera salários, participação e liderança feminina no mercado de trabalho. Neste índice, a pontuação do Brasil caiu de 0,656 para 0,649 – quanto mais perto de 1, maior a igualdade entre os gêneros. A nota zero indica desigualdade total. O Brasil foi da 74ª para a 81ª posição nesta lista. Segundo o relatório, houve uma “ligeira queda na igualdade salarial e renda média estimada” para mulheres no Brasil. Apesar de estar em uma colocação pior, a nota individual do Brasil evoluiu desde que o índice começou a ser divulgado. Em 2006, a nota do país era 0,604.

Ranking político

Outro índice que fez o Brasil perdeu posições no ranking foi o de “empoderamento” político das mulheres. O quesito contabiliza mulheres no Congresso, em posições ministeriais e na chefia de Estado. Neste índice, o Brasil perdeu colocações na comparação com outros países, apesar de ter melhorado sua nota individual. A nota brasileira foi de 0,144 para 0,148. Porém, como outros países evoluíram mais, o país passou da 68ª para 74ª posição no ranking. A curva de participação feminina na política brasileira mostra uma nítida ascensão desde a chegada da presidente Dilma Rousseff à Presidência, em 2011. Ela foi a primeira mulher a governar o país.

Em educação o Brasil atingiu a nota 1, o que significa que não há desigualdade entre homens e mulheres. A eliminação nas desigualdades na educação vem desde 2012. Na saúde, o país pontua 0,98 – o que o coloca em 1º lugar, empatado com outros países- desde o início da divulgação do ranking, em 2006.

O relatório destaca que o Brasil conseguiu fechar 70% da lacuna entre os gêneros. “A queda do Brasil em nove colocações, ficando em 71º, aconteceu mesmo tendo fechado com sucesso ambas as lacunas entre gêneros no nível educacional e de saúde e sobrevivência. Sua prioridade agora deve ser de garantir retornos em seus investimentos através do aumento da participação feminina na área de trabalho”, diz o relatório.

Poucos avanços

As cinco primeiras posições do ranking são ocupadas por países nórdicos. Em 6º lugar, aparece a Nicarágua, o país mais bem colocado da América Latina há três anos. Logo depois, em 7º, aparece Ruanda. Segundo o relatório, o país tem “grande pontuação em termos de participação econômica e política”.

Entre os países dos BRICS, a África do Sul é a mais bem colocada (18º), “devido à forte participação política”. Depois do Brasil aparecem Rússia (75º), China (87º) e Índia (114º).

O documento do Fórum Econômico Mundial destaca que os avanços em todo o mundo foram pequenos. A brecha entre homens e mulheres ainda está em 60%, e em 2006 era de 56%. Nesse ritmo, levará 81 anos para o mundo fechar essa brecha completamente.

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