(Foto: Genilson Coutinho)
Por Genilson Coutinho
Publicado pelo portal Dois Terços, em 31 de março de 2017
A militante transexual baiana Paulett Furacão, entre um ato contra a transfobia e a correria do seu dia a dia, tem arrumado um tempo para botar pra fora seu lado poetisa, desde o ano passado, quando ela decidiu que iria escrever um livro de poesia para falar de amor, respeito e principalmente de questões relacionadas às mulheres, por meio da poesia .
Esse material já está na reta final e algumas dessas poesias tem sido divulgadas nas redes sociais de Paullet, que não esconde a ansiedade de ver seu sonho se transformar em realidade e ganhar vida.
Neste momento, ela já está na fase de finalização do livro, para iniciar a busca por editoras ou empresas que tenham interesse em publicar o material elaborado por ela. De acordo com Paulett, esse é um desejo antigo que ela já vem alimentando há muito tempo: utilizar seus poemas como mais um instrumento de visibilidade e denúncia .
“Entendo perfeitamente que a arte tem um papel importantíssimo para dar voz e sensibilizar a nossa sociedade, e esse meu trabalho, além de ser uma obra para trazer a reflexão e prazer para os amantes da poesia, é ao mesmo tempo uma ferramenta de luta e denúncia da violência sofrida por nós, mulheres trans. Vou usar minha arte para somar na nossa luta.” Conta Paulett.
Confira uma das poesias da coletânea .
IV Poesia – Útero
Devolva meu útero
Que um dia te emprestei
Para usar como suporte
Para um corpo que rejeitei
Atrás do imaginário
Bate coisas sem sentido
Para uma sociedade que sangra
Com o vago e o intempestivo
A devolução é importante
Para ajudar no empoderamento
Deste corpo que corrói
Com a falta de sentimento..
