8 de maio de 2024

kaiqueaugusto2Kaíque, negro e homossexual, de 16 anos, foi encontrado morto na madrugada de sábado (11). Segundo familiares que reconheceram o corpo, não havia dentes na boca do rapaz e ele apresentava sinais de tortura, hematomas na cabeça e uma barra de ferro cravada na perna. De acordo com matéria de Felipe Souza e Ricardo Senra, na Folha de S. Paulo, da quinta (16), ele havia sido visto pela última vez em uma balada gay no centro da capital paulista.

Apesar de todas essas características, a Polícia Civil do 2º DP registrou o caso como suicídio e a Secretaria de Segurança Pública declarou à imprensa que não vai comentar a tortura porque o laudo da morte seria sigiloso e haveria uma investigação em andamento. No Chile, um crime semelhante mudou as leis do país e fez governo e oposição concordarem com a necessidade de políticas públicas para enfrentar o preconceito contra a população LGBT.

Gean Santana, 2º vice-presidente do ANDES-SN e um dos coordenadores do Grupo de Trabalho de Políticas de Classe, Etnicorraciais, Gênero e Diversidade Sexual (GT-PCEGDS) do Sindicato Nacional, vê com estranheza e preocupação a atitude da polícia. “Obviamente não se pode concluir que o crime foi de motivação homofóbica porque os envolvidos não foram ouvidos, agora, não dá nem para imaginar morte por suicídio pela forma como ele foi o adolescente foi encontrado morto”, afirma o dirigente sindical.

Santana informa que já se sabe, por meio de pesquisas realizadas por docentes universitários, que a taxa de suicídio é elevada entre os LGBT. “Mas é evidente que não foi o caso desse episódio:  o que causa estranheza é a forma como a polícia conduz crimes como esses e que, muitas vezes, apresentam requintes de crueldades – características dos crimes homofóbicos – e que demonstra o ódio do criminoso ao LGBT assassinado”, pondera.

O diretor do ANDES-SN diz ainda que “esse crime lembra o caso do estudante gay universitário encontrado morto numa das principais praças da capital baiana e que até hoje não foi elucidado. Logo de início, a delegada, à frente da investigação, após ouvir apenas um envolvido, tentou culpabilizar a própria vítima, relacionando o crime a seu comportamento, versão desmentida ao ouvir outras pessoas envolvidas no crime homofóbico”.

*Com informações do G1 e O Estado de S. Paulo

Fonte: Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior – ANDES, em 17 de janeiro de 2014.

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