Cantor religioso afirmou que esta é uma questão que cabe ao Estado decidir, e não às religiões
Publicado pelo portal Terra, em 12 de abril de 2015
O padre e cantor Fábio de Melo, popular tanto pelas músicas quanto pelas postagens em sua conta no Twitter, rede social em que acumula 858 mil seguidores, defendeu em um post que não cabe à igreja decidir sobre a união entre pessoas do mesmo sexo, e se disse favorável ao reconhecimento pelo Estado do casamento gay: “A união civil entre pessoas do mesmo sexo não é uma questão religiosa. Portanto, cabe ao Estado decidir”, escreveu o padre. A publicação foi compartilhada por 1,5 mil internautas.
Em outro post no Twitter, ele ressaltou que fala sobre a união civil, e não religiosa: “São situações que não nos competem. A questão só nos tocaria se viessem nos pedir o reconhecimento religioso e sacramental da união”, escreveu. Para ele, o Estado deve proteger legalmente duas pessoas que escolherem viver juntas, independente do sexo: “suas necessidades civis. Se duas pessoas estabeleceram uma parceria, e querem proteger seus direitos, o Estado precisa dar o suporte legal”.
O deputado federal Jean Wyllys (Psol-RJ), defensor da causa LGBT, escreveu, na tarde deste domingo, um post em seu Twitter elogiando o posicionamento de Fábio: “Obrigado, @pefabiodemelo, por vir a público em defesa do Estado laico, dos direitos civis de LGBTs e da diversidade”. Outros internautas também comentaram de forma positiva sobre os post do padre.
O posicionamento nesta questão não é novidade. Em entrevista ao jornalO Globo , Fábio já havia se posicionado favorável à união homossexual. Ele explicou ainda sua posição ao jornal: “É salutar que a religião abra espaço para a dúvida. Isso pode soar um tanto herético num primeiro momento, o que já me fez sofrer críticas, mas decidi que as pessoas precisam ouvir isso, sobretudo num momento em que o discurso religioso passa por tanto descrédito. As pessoas têm que saber que o sagrado não se opõe ao profano, nem o contrário”, disse.
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Se fosse uma questão “aberta” ao catolicismo, da escrita feminina que ele tem nas redes sociais, não seria utopia vislumbramos um padre em união homo afetiva e ele, de repente nem seria “único”!