26 de abril de 2024

Por Tom Miles, de Genebra. Edição de Justin Palmer.

Publicado no portal Reuters, em 16 de junho de 2014.

futebol“Jogadores de futebol gays na Copa do Mundo no Brasil devem declarar sua sexualidade para ajudar a tornar gays e lésbicas aceitos em todo o mundo”, disse a alta comissária de Direitos Humanos da ONU, Navi Pillay, nesta segunda-feira, 16.

“Eu encorajo os jogadores e desportistas a declararem sua orientação sexual sem medo”, disse ela a jornalistas em Genebra. “Essa é a única maneira de eles terem o direito à orientação sexual aceito. Eles são exemplos, é importante mandar esta mensagem para os seus fãs também”, disse Pillay, acrescentando ser uma vergonha, nos dias de hoje, que pessoas “tenham de esconder quem realmente são”.

Ela fez as declarações após participar de uma reunião sobre a igualdade no esporte, durante o encontro do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, onde também se manifestou contra a discriminação por motivos de raça ou deficiência. “Há uma percepção crescente de que a luta contra a discriminação exige mais do que medidas superficiais que não mudam atitudes ou o enfrentamento às causas da desigualdade”, disse ela durante a reunião.

Pillay também alertou que governos que investem em grandes competições esportivas precisavam dar muito mais atenção à forma como essas ações afetam os direitos humanos. Críticas foram dirigidas ao Brasil, sede da Copa do Mundo deste ano, e ao Qatar, anfitrião em 2.022. O Brasil por gastar mais de R$ 25 bilhões em um país onde escolas e hospitais são carentes e o Qatar pelas suspeitas de corrupção e pelas más condições de trabalho no caso de imigrantes. “Eles correm o risco de se tornar centros de violações de direitos humanos, incluindo a utilização indevida de recursos públicos, trabalho infantil, despejos à força e demolição, além da exploração sexual de seres humanos, incluindo crianças, com o crescimento do turismo”, disse Pillay, sem citar qualquer cidade em particular.

“Os eventos esportivos devem celebrar a alegria do potencial humano e não gerar dor e abuso”, disse ela.

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