19 de abril de 2024
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Síndrome genética causa transformação de homem em mulher durante a puberdade

Publicado pela bióloga Karlla Patrícia, no Diário de Biologia

Charli Darling era um menino normal, vestia-se e brincava como menino, até que, aos 13 anos, ao invés de desenvolver características masculinas, ele passou a desenvolver seios e seus quadris alargaram evidenciando uma silhueta feminina. Atordoado com a mudança bizarra do seu corpo, ele tentava se esconder atrás de roupas largas até seus 18 anos, quando os médicos diagnosticaram seu problema: ele sofria de Síndrome de Klinefelter, o resultado de uma falha genética aleatória que faz com que uma pessoa do sexo masculino nasça com um cromossomo sexual feminino extra.

Charli nasceu com genitais masculinos e recebeu o nome de Charles. No entanto, escolheu viver como mulher a partir da descoberta da síndrome  após realizar exames de sangue, em 1995. Sua família não aceitava o problema e o fizeram reduzir as mamas aos 21 anos. Mas seus seios continuaram crescendo. Para agradar a família, ela saía de casa como homem, mas se transformava em mulher no banheiro da estação de trem local. Charli conta que no começo foi muito confuso porque tinha crescido como um menino, mas se sentia como uma mulher e não sabia com quem poderia conversar.

Apesar de enfrentar o preconceito de sua própria família, uma pessoa mudou sua vida. “Eu encontrei um hermafrodita, aos 21 anos, que me fez perceber que eu não era uma aberração e eu poderia viver com qualquer gênero que fizesse eu me sentir confortável”, relatou.

A síndrome de Klinefelter

A síndrome ocorre quando uma pessoa do sexo masculino apresenta um cromossomo X a mais. Pode parecer pouco, mas a alteração da genética clássica desses indivíduos, que é formada por um cromossomo X e um Y, pode levar a alguns problemas mais complexos e que acompanham a pessoa por toda a vida.

Todos os seres humanos possuem 46 cromossomos. Entre eles, há dois cromossomos sexuais que determinam o órgão sexual do indivíduo. Pessoas que nascem com genitais femininos normalmente possuem dois cromossomos X (XX). Já pessoas que nascem com genitais masculinos normalmente possuem um X e um Y (XY). Dos 46 cromossomos humanos, os dois cromossomos sexuais determinam o sexo de uma pessoa. Na grande maioria das vezes, a síndrome de Klinefelter ocorre por causa de uma cópia extra do cromossomo X em cada célula (XXY).

A síndrome é geralmente causada por aquilo que é chamado de não-disjunção. A disjunção acontece quando um par de cromossomos sexuais não se separa durante a formação do óvulo ou do esperma. Quando um óvulo que apresenta um cromossomo X extra se junta a um espermatozoide normal, por exemplo, o embrião resultante da fecundação vai acabar com três cromossomos sexuais (XXY), em vez das duas normais (XX ou XY). O mesmo acontece no caso de o esperma ter tido má formação. Conforme o embrião vai se desenvolvendo, o cromossomo X extra é copiado em cada célula, até que se forme o bebê.

A síndrome de Klinefelter não é uma doença hereditária. A falha genética que leva à doença ocorre durante a formação do ovo, esperma ou, ainda, após a fecundação.

Fonte: minhavida/dailymail/jornalciencia
Imagens: dailymail/sobiologia/ghente

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