Publicado no portal Bahia Notícias, em 8 de maio de 2016
Que toda mãe é uma diva, disso muita gente não tem dúvida. Só que um grupo de mães foi além. Usaram dos cílios postiços, saltos plataformas, plumas e muito brilho não apenas para reafirmar o conceito de diva no dia delas, mas também para simbolizar a luta contra o preconceito. Com muita criatividade, o grupo Mães pela Diversidade Bahia, formado por mães militantes de LGBTTT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros.), em parceria com o projeto Beco Ocupado, promoveu a performance “Minha Mãe é Uma Drag”, que aconteceu neste sábado (7), no Beco dos Artistas, abrindo a final do Grand Prix de Transformismo de Salvador.
Na ocasião, a equipe do Beco Ocupado transformou as mães militantes em estrelas drags, que fizeram um desfile para celebrar o dia das mães com a pauta da luta contra o preconceito sofrido pelos seus filhos. “A ideia surgiu de meu filho, André, na ultima vez em que estivemos aqui no Beco. Ele sugeriu que montássemos as mães de drag como forma de comemorar o nosso dia e também fomentar nossas discussões e desconstruir o preconceito nesse que é um espaço artístico e de cultura”, afirma Inês Silva, coordenadora do grupo no estado da Bahia.
O coletivo de abrangência nacional atua em várias frentes contra a discriminação e a homofobia. Trâmites legais, políticas públicas, atividades de discussão, seminários, palestras e, o mais importante, suporte emocional entre mães são algumas das ações promovidas pelas militantes do grupo.
A ideia é compartilhada por Adriana Valadares, uma das mães militantes. “Eu costumo dizer que não é apenas um grupo de apoio. Temos um potencial que tende a se estender para outras áreas, criando novas formas de pensar e isso vem de duas questões grandiosas: a força que geralmente a pulsão materna possui, ou seja, nosso amor por nossos filhos, aliado a ideia de realizar algo público, como políticas de segurança e de visibilidade”.
O evento da noite serviu também para estimular a presença de outras mães que desejem entrar para a militância no grupo, que a dois anos reúne mulheres que não só amam seus filhos e filhas, mas também têm voz ativa para defender os ideais de igualdade e respeito às diversidades.
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