15 de outubro de 2024
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Roberto e Marco Aurélio posam com os filhos para a campanha #NossaFamíliaExiste (Foto: divulgação)

Ana Carolina Pinto
Publicado no site Extra, em 8 de dezembro de 2014

Para mostrar que todas as formas de amor (e de família) valem a pena, os organizadores da Campanha Nacional de Apoio ao Casamento Igualitário lançaram nas redes sociais a hashtag #NossaFamíliaExiste. A poucos dias do Natal, a campanha convoca famílias homoafetivas a compartilhar fotos mostrando os preparativos para o momento especial.

O lançamento foi feito no início do mês, período em que são celebrados também várias datas importantes para os direitos humanos, como o Dia Nacional da Família, celebrado nesta segunda-feira. A mobilização é contra a aprovação do projeto de lei conhecido como Estatuto da Família (PL 6583/13), que define o conceito de família como núcleos formados apenas por pai, mãe e filhos.

— A campanha tem como base a internet. A ideia é mostrar que as famílias homoafetivas já existem, inclusive com uniões estáveis e casamentos registrados em cartório, com filhos biológicos e adotivos. As famílias já estão aí. Como o projeto quer pressuspor que a família é só homem e mulher? A aprovação do “Estatuto da Família” só vai prejudicar a sociedade. Essas famílias vão deixar de ter os direitos civis garantidos por lei — destaca João Junior, idealizador da ação e um dos coordenadores da Campanha Nacional de Apoio ao Casamento Igualitário.

Priscila e Bel são mães de Carlos Henrique (Foto: divulgação)

O manifesto da ação lembra ainda que, desde maio de 2013, casais formados por pessoas do mesmo sexo podem registrar o casamento em todo o território nacional e que o Supremo Tribunal Federal já reconheceu como entidade familiar os núcleos formados por essas famílias. No dia 15 de dezembro, será lançado um mini-documentário contando a história de algumas das famílias que toparam participar.

Casado há seis anos com Marco Aurélio, o empresário Roberto de Souza Silva, de 32 anos, não hesitou em se unir à iniciativa. Pais de gêmeos de três meses, o casal terá, finalmente, o Natal dos sonhos. O presente que ele gostaria de receber? Essa é fácil.

— Mais amor e mais respeito. Só. Nem todo mundo é obrigado a achar minha família linda, mas tem que ter respeito pelo outro. Este Natal será o mais feliz das nossas vidas. Foi um sonho realizado estar com nossos filhos juntos agora, não tem explicação. A gente está lutando por um direito que, na verdade, já teria que ser garantido para todos. Família é família — define Roberto.

A campanha tem apoio da Coordenadoria Especial da Diversidade Sexual da Prefeitura do Rio de Janeiro e do deputado federal Jean Wyllys, entre outras entidades civis e públicas. O parlamentar lembrou ainda que o estatuto excluiria outras formações alternativas, como no caso de netos criados pelos avós.

– A campanha é uma resposta ao projeto de lei que cria o estatuto da família, que exclui qualquer arranjo familiar formado a partir de um casal homoafetivo ou a partir do conceito de afinidade, como o caso de tios ou avós que assumem a criação de sobrinhos ou netos. São todos arranjos fundados no amor, no respeito e na responsabilidade para com o bem-estar de todos e todas que constituem aquele núcleo. O objetivo da campanha é dar visibilidade a estas famílias. Estas famílias existem, nunca dependeram da autorização de ninguém para existir e nem dependerão, e isto precisa ficar bem claro. Negar-lhes o reconhecimento legal é apenas uma forma rasteira de aumentar o vácuo legal que exclui a comunidade LGBT da cidadania plena.

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