9 de maio de 2024
https://scontent-gru2-1.xx.fbcdn.net/t31.0-8/s960x960/13765734_1089583277791391_7088644860373126075_o.jpg

Por Nívia Dias e Joel Zeferino

https://scontent-gru2-1.xx.fbcdn.net/t31.0-8/s960x960/13765734_1089583277791391_7088644860373126075_o.jpgA Aliança de Batistas do Brasil (ABB), entidade batista que tem se destacado no cenário brasileiro por seu caráter ecumênico e envolvimento com temas da atualidade, realiza assembleia geral nos dias 29 e 30 de julho, na Igreja Batista Nazareth, que fica na Rua do Cabral, 142, bairro de Nazaré, em Salvador, Bahia.

O evento é bianual e o tema escolhido desta vez foi “Ocupar a casa até que ela seja comum: racismo ambiental, políticas públicas e gênero em diálogo com CFE-2016”. A ideia é fazer uma apropriação crítica do tema da Campanha da Fraternidade Ecumênica 2016 que trabalhou o tema “Casa comum, nossa responsabilidade”, que foca o saneamento básico.

A discussão gira em torno de algumas perguntas: Como a casa pode ser comum em tempos de golpe político e governo ilegítimo? Qual o caminho para que haja real justiça de gênero dentro da “casa comum”? Como encarar o racismo ambiental que segrega grande parte da população da casa e privilegia uma minoria?

É certo que estas perguntas já estavam sendo pautadas dentro do desenvolvimento da CFE-2016.  O Dr. Luis Roberto Santos Moraes, professor da UFBA no curso de Engenharia Ambiental, que colaborou com o texto-base da CFE-2016, em várias formações para Dioceses Católicas e também em igrejas da ABB, denunciou de forma contundente que o problema do saneamento básico no Brasil não é de ordem técnica: é de ordem política, econômica e racial. A partir do exemplo da Cidade de Salvador, apontava as distorções no investimento nos bairros considerados nobres e nos periféricos e o quanto isso custava de vidas dos moradores dos subúrbios, na sua maioria de afro-descendentes, assolados por doenças, por falta de água potável, da coleta de lixo adequada e da epidemia de ratos que são constantes nesses bairros.

Já a questão do direito ao aborto no caso de microcefalia, que virou uma epidemia no Brasil, em especial no Nordeste a partir de sua correlação com o vírus zika (transmitido pelo Aedes aegypti), apareceu logo no lançamento da CFE-2016. Defendido por organismos multilaterais como a ONU, o tema ainda não encontra espaço para discussão e aprofundamento nas mais diversas igrejas. Por isso causou uma grande polêmica a entrevista concedida pelo Pr. Joel Zeferino, que evocou a “liberdade de consciência”, tema caro aos batistas, como uma justificativa para liberação prévia do aborto nesses casos, e sinalizou a importância de um amplo debate sobre o tema, afirmando: “nós (a ABB) não temos uma posição em torno do aborto. Entendemos que tem que ser uma questão debatida com a sociedade, mas não dá para ignorar o assunto e é preciso empoderar as mulheres nessa discussão”.

Obviamente essas temáticas têm sofrido um grave retrocesso no quadro político atual. E a ABB, seguindo os organismos ecumênicos dos quais participa e/ou colabora, como a CESE e o CONIC, tem condenado fortemente as manobras políticas que tiraram de forma imoral a presidenta Dilma, pondo no seu lugar não apenas um governo ilegítimo, mas que tem se demonstrado um inimigo feroz dos Direitos Humanos e da Laicidade do Estado, princípios que norteiam a ABB.

PROGRAMAÇÃO:

29 de julho (sexta):

16:00 Fórum de teólogas e pastoras:

  • Aletuza Leite (Mestra e Professora do IFBA);
  • Paula Dempsey (Director of partnership relations – Alliance of Baptists);
  • Odja Barros (Pra da IB do Pinheiro – Maceió/AL) – moderadora.

19h30min: Celebração de Abertura

  • Coral Ecumênico da Bahia;
  • Conferência de abertura “Racismo Ambiental e a CFE-2016”, com Ronilso Pacheco, interlocutor social da ONG Viva Rio, e moderação da Advogada Laina Crisóstomo, do Coletivo “TamoJuntas”.

30 de julho (sábado):

Manhã: programação voltada para os membros da ABB que irão eleger a nova diretoria para o biênio 2016-2018;

15h30min: Mesa: “Gênero e políticas públicas em diálogo com a CFE-2016”.

  • Intervenção cultural: Grupo Recital Ágape;
  • Carla Akotirene (Doutoranda/UFBA);
  • Fábio Nogueira (Prof. Dr./UNEB);
  • Helivete Ribeiro (Pra da IB em Bultrins, Olinda/PE)

19h30min: Culto de encerramento com as seguintes participações musicais:

  • Coral da Igreja Batista Nazareth;
  • Orquestra de Câmara Alto da Mina, da PIB em Bultrins, Olinda/PE.

A noite será encerrada com um “Sarau Musical”, que irá contar com a participação da cantora alagoana Andréa Laís e dos músicos baianos Jean Prado e Luan Lucas. Serão dois dias intensos de discussões, mas também de arte e cultura.

A inscrição para participar de todo o evento irá custar R$ 40,00, porém para assistir as mesas e conferências, a entrada é franca.

Clique aqui e acesse a página do evento no Facebook.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *