Publicação “Confie no amor” não impõe regras e quer inspirar pais e mães a ter um relacionamento saudável e de respeito com seus filhos, filhas e filhes. ONG presente em todo o país quer transformar a sociedade em um ambiente mais seguro para a diversidade.
Por Fabiano Rodrigues,
Publicado pelo portal g1, em 28/06/2024
Mães pela Diversidade (Foto: site oficial/reprodução)
Sabe aquele velho ditado: “Se conselho fosse bom não era dado, mas vendido”? Pode esquecer porque, na prática, compartilhar conselhos e vivências faz girar uma rede enorme de apoio, solidariedade e de muito amor. É nisso que acredita a ONG Mães pela Diversidade ao publicar a cartilha “Confie no amor – Conselho para mães, pais e responsáveis por pessoas LGBTQIA+”.
A organização apartidária que desde 2014 luta por respeito às pessoas lésbicas, gays, trans, travestis, bissexuais e assexuais, entre outros, está presente em todo o Brasil. A missão é transformar a sociedade em um ambiente mais seguro e de respeito para os filhos, filhas e filhes. A ONG adota o uso da linguagem neutra como forma de incluir pessoas trans, não-binárias e intersexo, que não se identificam com a concepção binária de gênero (homem/mulher), para que se sintam representados na sociedade.
A cartilha é um prático manual de 46 páginas que de forma clara e objetiva ensina sobre o universo da diversidade sexual e de gênero. Os depoimentos de mães pela diversidade de todo o país dão o tom sensível ao conteúdo que busca mais inspirar do que dar fórmulas prontas de como se relacionar com os filhos em toda a sua diversidade.
“Compartilhar conselhos é uma maneira de dividir a experiência de mães e pais da ONG Mães pela Diversidade com outros familiares. É como pegar na mão de um pai e mãe aflitos e dizer: Calma, já passamos por isso e olha o que fizemos”, disse a voluntária Brenda Fucuta.
A publicação é dividida em três blocos e o primeiro foca na relação das mães e pais com eles próprios. O segundo é na relação do responsável com os outros, seja ele filho ou filha e na relação com a família e a escola. Tópicos sobre perigos e direitos e a saúde mental completam o capítulo.
Já na parte final, um pequeno dicionário explica de forma fácil termos muito usados na comunidade como, por exemplo, a diferença entre transexual e transgênero; expressão de gênero e identidade de gênero; até a famosa sigla LGBTQIA+, que cresce em busca de visibilidade e muitas vezes confunde quem ainda tem pouca intimidade com a pauta, é destrinchada e explicada. São palavras básicas do meio que quando compreendidas ajudam a entender o universo da diversidade de gênero e de orientação sexual.
Acolhimento pode ser feito via WhatsApp
Mães, pais e responsáveis que queiram tirar dúvidas, falar dos medos, anseios e receios sobre ter um filho ou filha LGBTQIAPN+ podem fazer contato pelo WhatsApp no telefone (11) 97362-1805.
“O acolhimento das mães é essencial no trabalho de defesa da pessoas LGBTQIA+, já que a primeira e talvez mais dolorosa violência que essas pessoas sofrem acontece dentro de casa, pela rejeição ou falta de entendimento dos pais. Ao serem acolhidas e perceberem que não estão sozinhas, essas mães se sentem fortalecidas no apoio que devem dar as filhas, filhes e filhos”, explicou Brenda Fucuta.
A ONG Mães pela Diversidade nasceu como coletivo de mães preocupadas com a violência e com o preconceito contra seus filhos e filhas lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais. Por isso, os membros são voluntários para falar a favor dos filhos em universidades, órgãos públicos, igrejas e escolas.
A entidade também recebe doações de pessoas físicas e empresas e o dinheiro arrecadado ajuda com os custos fixos da ONG e com o financiamento de projetos. Empresas que desejam contar com palestras ou fazer doações podem entrar em contato pelo e-mail: contato@maespeladiversidade.org.br.
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