20 de abril de 2024

Bruno Gagliasso relembrou beijo gay censurado em América (2005). Crédito: Contigo!/Divulgação

Durante premiação, o ator desabafou sobre a rejeição que a novela tem recebido

Publicado pelo jornal Diário de Pernambuco, em 11 de junho de 2015

Bruno Gagliasso relembrou beijo gay censurado em América (2005). Crédito: Contigo!/Divulgação
Bruno Gagliasso relembrou beijo gay censurado em América (2005).
Crédito: Contigo!/Divulgação

Bruno Gagliasso não está nada satisfeito com as mudanças de roteiro da novela Babilônia e deixou isso claro durante o Prêmio Contigo!, que ocorreu na segunda-feira (08). Ao receber um prêmio em uma das categorias, o ator desabafou – e até chorou – sobre a censura que a trama recebeu.

A novela é considerada o maior fracasso da história da Rede Globo no horário das 21h, o horário mais nobre das telenovelas. Autores, diretor e atores justificam a baixa audiência dizendo que o público brasileiro está muito conservador.

Na trama, Gagliasso interpretava o cafetão da personagem de Sophie Charlotte, que nessa nova fase se tornou a mocinha da trama, transformando o ator em personagem secundário e acabando com cenas que prometiam ser interessantes.

Ao receber o troféu, Bruno aproveitou para falar sobre as dificuldades que a novela está enfrentando. “Fiz uma novela chamada América e em que fiz um cara que se descobria homossexual durante a trama. Fiz essa novela com muito tesão, muito mesmo. Sou movido a isso. E nessa novela eu gravei o beijo gay no último capítulo, mas uma hora antes de a novela ir ao ar cortaram o beijo e não avisaram às pessoas do elenco. Fiquei muito triste na época. Depois vi o Mateus (Solano, o Félix de Amor à Vida) e torci tanto, sabia que era um grande passo que o Brasil ia dar, e deu“.

O ator continuou o discurso e, entre lágrimas, ameaçou parar de atuar se a censura aos folhetins continuar. “E hoje, fazendo a mesma novela que a Fernanda, eu vi o beijo gay e não vi mais, isso me deixou muito triste. A gente tem que tomar muito cuidado, porque quem faz arte é movido a paixão, a tesão, a emoção e esse personagem com o qual ganhei o prêmio me motivou por isso, porque ele faz a diferença, transforma. Não vamos dar um passo para trás, estou muito triste, feliz pelo prêmio, mas triste por estar vivendo esse momento. Só vou continuar sendo ator se eu puder transformar e puder fazer, vamos bater o pé. O desabafo é esse. Tenho orgulho desse prêmio e quero continuar tendo orgulho do que eu faço, senão vou parar de fazer“.

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